Uma equipa multidisciplinar de investigadores portugueses está a desenvolver um protótipo inovador para “sincronizar no espaço e no tempo” dados diversos sobre os oceanos. Chama-se “MarineEye” e deverá estar pronto em abril de 2017

Os oceanos são palco de uma permanente interação de processos biológicos, químicos, físicos, geológicos e atmosféricos. E para que os cientistas descodifiquem estes fenómenos e as suas consequências na biodiversidade, no ambiente e no clima é preciso “sincronizar no espaço e no tempo um conjunto de componentes”, esclarece Catarina Magalhães, bióloga do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto e coordenadora do projeto que quer pôr “olhos” nos mares.

“MarinEye” é o nome do protótipo inovador que está a ser desenvolvido. Tem por objetivo monitorizar os mares, de modo a permitir uma gestão sustentável dos seus recursos e a redução dos impactos ambientais. “Agora é possível observar e interpretar diferentes componentes oceânicos (físicos, químicos, bioquímicos e biológicos) separadamente, mas com o MarinEye vai ser possível perceber como interagem ao mesmo tempo estes componentes entre si e com diferentes níveis tróficos, desde microrganismos a mamíferos marinhos, de modo a ter amostras de biomassa até agora desconhecida”, explica a investigadora.

O projeto, que conta com 400 mil euros do fundo europeu EEA Grants, está a ser desenvolvido em conjunto por biólogos, químicos e engenheiros do CIIMAR, do Instituto de Engenharia de Sistemas do e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente – Politécnico de Leiria (MARE – IP Leiria). A equipa multidisciplinar arrancou com os trabalhos em setembro passado e deverá ter o protótipo concluído em abril de 2017.

 

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